tenho visto através do zumbido, pelo trato complicado entre mim e a nuvem.
tenho visto onde todos caem
tenho arremessado frutas podres pela janela
da culpa e da louca
tenho visto a transformação dos sucos nos potes vazios
parece que não há
(e não há)
nada lá
mas deveria estar.
Pelo invólucro do nome
ou pelo H
ou pelo totem
ou por constar.
companheiros do barco,
há nada
onde deveríamos estar.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
O fantasma do canto esquerdo
o fantasma das certidões
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Fantasma de pés descalços no escuro

para dormir, leio até que os meus olhos fechem
e a luz permaneça acesa
brilhando
do lado de cá.
lá onde eu sonho, nunca temo - apocalipse, dança demente, estio ou Caverá -
lá onde eu sonho, nunca me perco - tateando o escuro pelo cheiro, pelos beiços
nem pelo avesso
nem com azar
lá de onde eu sonho
sempre dá pra voltar.
mas aqui, tenho medo de pés descalços em escuro de chão de vidro.
tenho medo de tudo o que eu quebrei por dentro
e não dá nem pra ajuntar.
mantenho a luz já que não aprendi a me calçar.
O fantasma das costas

Banho no calor dos outros,
espectro do ouro de tolo.
Procuro te dar um rosto ali onde perdemos o rumo.
Sabemos melhor do que não falamos,
sabemos melhor das costas que damos ao espírito do Último Outono
com manhã estrelar.
Sabemos quietinhos pelos pés:
chorando de frente
sem rosto
a nos conter
sem
nó
nenhum na corda
só a carne no sul.
E não era nada, não era nada
só um cortejo
pra entregar que sabemos nos cuidar.
Em mim, em ti,
germanicamente selados
sabemos nos cuidar.
O fantasma das costas é uma faca de confiar.
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