quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

intestinos

ele tecla, senta, levanta, olha nos olhos do colega enxergando nada, arquiva, se dirije a,
tecla
envia email
mensagem de texto
mensagem automática
mensagem telepática informando ao terminal at home o que deseja para o jantar -
e a que temperatura sua ave morta deve estar.

Mas ele não É onde está.
Não é a caminhada distraída por entre prateleiras de processadores e zumbidos;
nem conversa ensaiada que desperdiçava para com aquela que se chamava Mãe e despejava qq conteúdo em seus ouvidos;
menos ainda seu status social condizente com o exemplar masculino médio com 37 anos de desejos forjados para acreditar em satisfação.
As teclas estalam sob seus dedos onde ele está
mas ele É lá onde não há nomes.
O ladrilho da sala salgada estala sob os seus passos - onde ele está;
mas ele É lá onde, na beira de um mar que nunca viu continente vivo,
deitado na areia negro-esgoto,
monta de lado
um cavalo desenhado com conchas e latas.

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